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FAMÍLIA HOSPITALEIRA - Conheça Valentina Collevecchio
No mês de julho, apresentamos Valentina Collevecchio, psicóloga da Casa di Riposo Villa Miramare, em Nettuno (Itália).
Por que o cuidado é essencial em todas as fases da vida?
É comum pensar na velhice como uma fase um tanto desagradável e secundária da vida, da qual nem vale a pena falar. Não é assim, especialmente porque pode ser potencialmente a parte mais longa da vida.
A terceira idade começa aos 65 anos, mas há muitos que também vivem plenamente a quarta idade e atingem com lucidez o limiar dos 100 anos. Porém, para quem tem o privilégio, o caminho não é fácil: há dores, doenças e lutos (reais e simbólicos), mas não são obstáculos no caminho porque eles mesmos são o caminho.
Desde quando você faz parte das Irmãs Hospitaleiras?
Minha colaboração com as Irmãs Hospitaleiras de Nettuno, especificamente com Villa Miramare, remonta a dezessete verões, em 2006. Como costuma acontecer com as coisas importantes da vida, foi um encontro que ocorreu por acaso e um pouco por acaso. necessidade mútua.
Desde então, o meu papel e a minha presença na comunidade hospitalar foram muito enriquecidos e evoluídos.
Qual é o seu propósito e missão ao ajudar as Irmãs Hospitaleiras?
Eu lido com avaliação psicométrica, prevenção e tratamento de comprometimento cognitivo, bem como redação de relatórios. Porém, tais atividades são apenas “a ponta do iceberg”, pois o trabalho com idosos é vasto e profundo. Está enraizado na família e na área a que pertence o idoso.
A questão surgiu para mim: "o que um psicoterapeuta e, além disso, um psicanalítico, faz com hóspedes tão grandes e às vezes tão comprometidos?" Encontrei a resposta com o tempo, assim como acontece em uma via analítica. O psicoterapeuta, nesta realidade, semeia, cultiva e recolhe.
Com os idosos, o trabalho psíquico é incessante. Envelhecer significa assumir a “separação”, o “fim” de muitas realidades até então estáveis ??e estabelecidas. Pensemos em qualquer condição crônica, que inevitavelmente pode separar uma pessoa de seu estado de saúde; ou na viuvez, que sempre atinge um membro do casal; ou no abandono do lar; ou, ainda mais, simplesmente, na separação da própria autonomia motora.
Em suma, é um trabalho integral, intenso e profundo que só foi possível graças à aproximação das Irmãs desta Congregação, que sempre acreditaram, encorajaram e apoiaram a centralidade da Pessoa e não apenas da doença.
A confiança que as Irmãs depositaram na figura do psicólogo no contexto geriátrico fez com que as áreas e limites do meu trabalho se expandissem, resultando em importantes avanços constantes e agradáveis (não apenas em termos de abertura mental, mas também na rigidez da pesquisa). Na minha opinião, isso garante a construção de um alto nível de cuidado.